Deslizar, se espatifar no chão
Vi o meu amor tratado assim
Mas, basta agora o que você me fez
Acabe com essa droga de uma vez
Não volte nunca mais pra mim
Mais uma vez aqui
Olhando as cicatrizes desse amor
Eu vou ficar aqui
E sei que vou chorar a mesma dor
Agora eu tenho que saber
O que é viver sem você ♫
A vida oferece sim chances de progredir e virar o disco, mas o nosso apego, é maior que o nosso realismo.
Mudar o rumo da história é muito doloroso, porque recomeçar dói, recolher os cacos, limpar a bagunça, jogar tudo no lixo, não é tarefa para qualquer um. Só é capaz de recomeçar, os que realmente se desprenderam, os que já desfizeram os sonhos e desataram os nós.
Príncipes encantados, princesas encantadas, amores perfeitos, que fiquem para os contos de fadas, porque olhados de longe, inspiram muitas histórias por ai, mas são mentira, são só histórias que ostentam nossa fantasia, nossa ilusão de perfeição.
E no fundo, nos prejudicam, pois nos levam a idealizar histórias verídicas, baseadas no que de fato não existe.
Posso falar como mulher, como observadora, como atriz e tantas e tantas vezes expectadora, que o mundo é da cor que a gente pinta, esperar cores vibrantes, quando pinta-se de preto e branco é utopia, o medo é um sentimento utópico.
As pessoas mais felizes que conheço, são as que tem a vida mais imperfeita, o parceiro mais complicado, e as lutas diárias dos dias mais monótonos, são as de pouca idealização e muita atitude, são os que não se colocam em pedestais, vão chegando pelas beiradas até conquistar seu espaço dignamente.
E eu, eu não faço parte dessa cota de pessoas vibrantes, eu quero o que não posso ter, valorizo quando perco, desejo o impossível, e culpo a vida pela minha infelicidade, eu choro por “amores” mortos, e levo flores para minha alma em luto, eu admiro minha tristeza e me conformo em escrever compulsivamente para no fim dizer que vou mudar, vou mudar para longe de mim, e vou crescer custe o que custar, vou entrar para cota dos que chegam devagar e conquistam seu espaço, dos que não idealizam, vão lá e realizam sem delongas.
Quero largar essa mania de palavras rebuscadas para falar de mim como se fosse outra pessoa, porque estou muito cansada de perder, estou cansada de sempre encontrar.
Às vezes eu gosto da magia insana do não saber, da ilusão de que pode ser melhor, eu gosto disso, eu gosto de tudo que dói, e choro por não saber suportar a dor. Sou a própria incoerência, não estou pronta pra recomeçar, mas recomeçarei, não vou idealizar, vou realizar e não importa o que tenha fazer pra isso.
Porque ninguém pode ser culpado de nossas desgraças, e ninguém deve ser ovacionado pelas nossas vitórias. Nossas desgraças e conquistas, são resultado de nossas escolhas e ninguém faz escolhas por nós.
Hoje eu sou, o que deixei que fizessem de mim, mas nunca mais, NUNCA MAIS deixarei que façam de mim o que acharem conveniente fazer.
Aprenderei a deixar no passado, tudo que não tiver perfil para fazer parte do futuro.
Afinal, certas distancias não podem ser vencidas nem com as mais longas viagens...