Tudo que tenho nas mãos é o ilógico, o improvável.
Quem sabe depois da tempestade? Ou quem sabe depois do perdão...
No tempo que transforma ansiedade em comodismo, procuro-te, tateio-te, mas chego a não senti-lo mais.
Adeus, foram tantos!
Minha alma nunca soube ao certo o teor paupável da despedida, nunca senti-me indo embora. Lembrar de ti, tornou-se uma maneira de não perde-te por completo.
Transfigurei-me, reinventei-me, na tentiva fugaz de vê-lo voltar, ainda não te sinto perto. E amanhã, é tudo que se tem.
Invadida pela vontade de suprir-me de tantas palavras, torno-me vázia ao lembrar-me de ti.
Havia tanto a se fazer, tantos lindos e loucos planos, tantos sonhos e certezas, eramos dois em um, dois corpos, uma alma. Dois opostos, e um adeus...
Dobrar aquela esquina, foi a forma mais torturosa de perder-me, depois daquele ato, nunca mais fui a mesma.
Jamais soube caminhar com meus pés, estava inebriada pela dor, e era tão forte, que sentia-me dormente, imune. Eu jurava que ia superar, no dia seguinte pouco senti, pois não era mais o meu mundo, não era mais meu corpo, não era mais eu no espelho. Era uma estranha, com uma louca fixação por uma história. O que ninguém nunca vai entender, é que era somente a história, nada mais. Amor mesmo, era o simples que nos fazia únicos, eram as fotos no messenger, um recado inesperado, ou um telefonema durante a noite. Amor de verdade era a simplicidade de olhar suas fotos e admirar seu sorriso, era ver qualidades que ninguém via, era a preocupação mútua, a cumplicidade nas loucuras, amor mesmo, era o timbre da sua voz, era a forma como seu rosto me fazia lembrar minha infancia, talvez pela ingenuidade ou ainda pelo ar admirado.
Talvez suas palavras isoladas, tantas vezes tomada pela tristeza e pelo desgosto, o jeito frio de lidar com o adeus, fossem só a maneira sutil de um homem de verdade chorar. Porque sofrimento, meu caro amor, não é só expressado pela fraqueza das lágrimas, mas também pelo modo introspectivo de recuar.
Era amor, eu sei que era... Era amor, quando com desvelo, você me fazia sua criança, e a distância, me deitava em seu colo e fazia a dor sumir, era amor quando nós sonhavamos juntos, foi amor, quando você aceitou tudo pra me ver dizer "eu te amo" mais uma vez, foi amor quando você me deixou ir, pisando em tudo que você acreditava.
Veja aqui de novo, sou eu... Ainda te trago nessas linhas que escrevo com tanta dor, ainda me cobro o martirio que o fiz passar, ainda o levo comigo naquelas canções de domingo, onde tinhamos amor suficiente pra recomeçar por toda a vida.
E agora, há apenas o suficiente pra ainda falar de um menino, que embora eu negue, provavelmente não vai mais voltar.
E o fato, é que eu não aprendi e não vou aprender a dizer adeus...







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