Ouvindo uma música pop e fora de moda, mas que descreve exatamente o meu "agora"...
Nome da música é "perdi você" da banda Twister. Da minha epoca de pirralha abobada^^


"Foi, tudo que eu
não queria ser, fiz o que eu não pensei fazer
Perdi você e muito de mim
Foi, por mais que eu tente esconder, alguém que não se precisa ter
Perdi você e mais do possa imaginar
Quando joguei eu arrisquei, o que não havia pra jogar
Sei que eu errei, agora eu sei, e por causa desse engano eu paguei e fiquei só
Foi, ontem o que hoje eu ja não sou
Isso não muda o que passou
Perdi você
Fui bobo!
Me perdoa se puder..."


Tardes vázias como essa, me lembram porque eu me isolei do resto do mundo por vezes. No fundo essa nostalgia me traz certo estímulo, e chega a ser surreal a beleza da melancolia.
Certa vez um amigo me disse que é na tristeza que você encontra aquela plataforma que te dá impulso pra algo renovador. Por exemplo, nos Estados Unidos, os prédios são altíssimos, justamente pra dar as pessoas um sentimento de inferioridade e fazê-las trabalhar.
A alegria estaciona, porque acabamos nos prendendo ao momento, não queremos nos deprender daquele estado pleno e acabamos entregando tudo de uma só vez, sem cuidar que o minuto seguinte seja também de felicidade, talvez não plena, mas suficiente.
Pessoas morrem todos os dias, não só por medo de lutar, mas por terem provado o sabor momentaneo da felicidade. E quando seu nível de serotonina cai bruscamente, surge a decadente fase depressiva. E simplesmente a tristeza se torna seu estado pleno, e por algum motivo, causa acomodação, pois é difícil, cair mais uma vez, quando já se atingiu o fundo do poço.
Passei o módulo de gestão inteiro ouvindo que a dose faz o veneno, portanto, a mesma felicidade que faz o coração bater descompassado, que sacia, que faz os hormônios percorrem cada entranha do corpo, é a mesma que levada ao ápice, nos dá belas histórias de suicídio.
E enquanto eu procuro as respostas, o mundo continua seu curso, e se mantém o mesmo hospício de gênios loucos em camisas de força e de tolos insanos assumindo o governo.
De sonhos que viram pesadêlos e de pesadêlos que sabiamente se transformam em sonhos.
De pessoas que amam e perdem e de pessoas que descobrem que amam depois que perderam.
Um mundo que muitas vezes não te dá uma segunda chance ou que sabiamente te ensina a lutar pra te fazer merecedor de mais uma palavra.
Eu vaguei por ai, com meu coração na mão. Não queria ser mais uma história contada na minha pequena cidade, nem queria meu rosto exposto no jornal nacional (eles não saberiam escolher uma foto que estou bem).
Não queria ser mais uma desistente, mesmo que as vezes me falte forças, não queria que a ultima vez que me vissem, eu tivesse com a cabeça literalmente separada do meu corpo, ou que pedaços de mim sujassem o lençol do meu quarto.
Eu só queria uma chance, uma chance de mostrar que eu serei uma boa jornalista, uma chance de provar que a dor em doses homeopáticas, faz bem a qualquer indivíduo, eu só queria olhar aqueles belos olhos amendoados e fazê-lo acreditar nas minhas verdades.
E distante, talvez muito distante, em uma dessas linhas que separa o velho do novo, o passado do futuro, o certo do errado... Encontrá-lo, não no extremo, mas no centro de tudo.
E dizer que apesar de toda insistência de manter-me sorrindo, foi na tristeza e na impossibilidade que encontrei estímulo pra lutar.




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