"A dor não havia diminuido, mas eu havia ficado forte o bastante para suportá-la"

Lembro de ter segurado sua mão pela última vez e ter te abraçado forte, imaginando que no dia seguinte eu te encontraria novamente.

Ledo engano! Eu nunca mais te veria outra vez...

Sentada na mesma calçada que tantas vezes trocamos confidências, lembro do seu sorriso bobo, me dizendo que a melhor música do los hermanos era “adeus você”, e hoje, eu não consigo escutá-la sem chorar.

E você que dizia sempre que eu havia mudado, que não enxergava mais minhas fraquezas, que a Ary sensível e altruísta parecia ter morrido aqui dentro.

Eu era forte, mas voltei a ser fraca, quando tive que te deixar, porque você era minha fortaleza, e quando eu estava com você eu não precisava fraquejar, mas eu volto a me sentir desprotegida.

Eu não devia ter ido embora!

Não devia, mas eu fui, fiz tudo de caso pensado, te abracei, te beijei, te disse todas aquelas palavras, porque eu sabia que nunca mais voltaria a te encontrar novamente.

Eu ainda sinto enjôo quando lembro da gente chorando ao telefone, ainda fico fraca lembrando dos beijinhos no nariz e nos carinhos pra fazer os arranhões pararem de doer.

Ninguém nunca será como você foi, ninguém nunca me entenderá como você entendeu!

Nada será igual depois de você, e eu sempre vou ouvir “adeus você, eu hoje vou para o lado de lá, eu to levando tudo de mim que é pra não ter razões pra chorar, vê se te alimenta e não pensa que eu fui por não te amar”.

Ainda amo, amo com dor e não gosto de amar assim!

Gostava do amor quando tinha cheiro de pipoca e cinema, ou de chuva, mas não gosto do cheiro da despedida, não gosto de reler suas cartas e saber que aquele foi nosso último beijo.

O mundo é demasiado pequeno, e um dia você há de entender que ir embora, as vezes é a forma mais correta de permitir que quem você amou, ame outro alguém!



Obrigada mô,se antes me sentia incrêdula, hoje eu acredito no que existiu entre nós dois, no entanto, eu tenho que guardar tudo aquilo numa caixa, e só olhar quando a dor tiver diminuído, enquanto isso só posso desejar que seja feliz!

Onde quer que eu esteja, o que quer que eu esteja fazendo, eu vou sentir sua falta...

Pra sempre...

Vi todo o meu orgulho em sua mão
Deslizar, se espatifar no chão
Vi o meu amor tratado assim
Mas, basta agora o que você me fez
Acabe com essa droga de uma vez
Não volte nunca mais pra mim
Mais uma vez aqui
Olhando as cicatrizes desse amor
Eu vou ficar aqui
E sei que vou chorar a mesma dor
Agora eu tenho que saber
O que é viver sem você

A vida oferece sim chances de progredir e virar o disco, mas o nosso apego, é maior que o nosso realismo.

Mudar o rumo da história é muito doloroso, porque recomeçar dói, recolher os cacos, limpar a bagunça, jogar tudo no lixo, não é tarefa para qualquer um. Só é capaz de recomeçar, os que realmente se desprenderam, os que já desfizeram os sonhos e desataram os nós.

Príncipes encantados, princesas encantadas, amores perfeitos, que fiquem para os contos de fadas, porque olhados de longe, inspiram muitas histórias por ai, mas são mentira, são só histórias que ostentam nossa fantasia, nossa ilusão de perfeição.

E no fundo, nos prejudicam, pois nos levam a idealizar histórias verídicas, baseadas no que de fato não existe.

Posso falar como mulher, como observadora, como atriz e tantas e tantas vezes expectadora, que o mundo é da cor que a gente pinta, esperar cores vibrantes, quando pinta-se de preto e branco é utopia, o medo é um sentimento utópico.

As pessoas mais felizes que conheço, são as que tem a vida mais imperfeita, o parceiro mais complicado, e as lutas diárias dos dias mais monótonos, são as de pouca idealização e muita atitude, são os que não se colocam em pedestais, vão chegando pelas beiradas até conquistar seu espaço dignamente.

E eu, eu não faço parte dessa cota de pessoas vibrantes, eu quero o que não posso ter, valorizo quando perco, desejo o impossível, e culpo a vida pela minha infelicidade, eu choro por “amores” mortos, e levo flores para minha alma em luto, eu admiro minha tristeza e me conformo em escrever compulsivamente para no fim dizer que vou mudar, vou mudar para longe de mim, e vou crescer custe o que custar, vou entrar para cota dos que chegam devagar e conquistam seu espaço, dos que não idealizam, vão lá e realizam sem delongas.

Quero largar essa mania de palavras rebuscadas para falar de mim como se fosse outra pessoa, porque estou muito cansada de perder, estou cansada de sempre encontrar.

Às vezes eu gosto da magia insana do não saber, da ilusão de que pode ser melhor, eu gosto disso, eu gosto de tudo que dói, e choro por não saber suportar a dor. Sou a própria incoerência, não estou pronta pra recomeçar, mas recomeçarei, não vou idealizar, vou realizar e não importa o que tenha fazer pra isso.

Porque ninguém pode ser culpado de nossas desgraças, e ninguém deve ser ovacionado pelas nossas vitórias. Nossas desgraças e conquistas, são resultado de nossas escolhas e ninguém faz escolhas por nós.

Hoje eu sou, o que deixei que fizessem de mim, mas nunca mais, NUNCA MAIS deixarei que façam de mim o que acharem conveniente fazer.

Aprenderei a deixar no passado, tudo que não tiver perfil para fazer parte do futuro.

Afinal, certas distancias não podem ser vencidas nem com as mais longas viagens...


"Mas você nem sabe, você nem vai saber"

Talvez não seja o tempo ruim, ou os tropeços que fazem o dedo sangrar, sempre achei que era a dor que me incomodava, mas não sabia que a maior dor que já senti, era cura para a maioria dos males.

Então, talvez não seja a dor de cabeça ou o estomago revirando, talvez seja você!

Em um mundo onde admitir os próprios sentimentos é no mínimo vergonhoso, eu admito, admito que desaprendi a voar, mas pularia se você estivesse lá embaixo me esperando.

Admito todos os meus erros, e confesso toda a minha culpa, mas eu estaria esperando quando você voltasse.

Admito minha falta de compreensão e minha egocentria, mas eu entenderia suas fugas, te apoiaria nos seus pesares, e lutaria até amanhecer o dia e além, por um sorriso.

O mundo é demasiado pequeno, meus sentimentos demasiadamente grandes, não há nexo, talvez determinismo, talvez ostracismo ou masoquismo, mas o que importam todos esses “ismos” se você não puder entender, se não puder se ler nessas linhas mal traçadas pelo meu pensamento mais absurdo e compulsivo.

Se você não puder se ler na minha vida, não se enxergara no meu mundo...

Me fizeram pensar, e tentaram me fazer concluir que você era só uma idealização, que eu amava o que havia criado, e eu acreditei, mas minhas crenças não anulam meus sentimentos.

Pouco me importa se você é um personagem, você é meu personagem, é a história mais bonita que já contei, você é a parte boa de mim, da Aninha personagem de ficção cientifica.

Mas não posso e não vou pedi-lo pra que fique, meu orgulho é como uma barra de ferro atrás dos meus joelhos, não posso me curvar!

Quem sabe um dia você vá entender, quem sabe um dia você deixe de ser a escuridão latente nos meus stand-ups, quem sabe um dia você deixe de ser uma idealização, uma presença personificada, um pensamento solto, e se torne o sapo encantado dos meus sonhos.