"Sim, eu me lembro quando nós dissemos "para sempre."
Era a expressão mais louca que conhecíamos.
Mas acho que gosto mais desta do que de "adeus".
Eu poderia sentar aqui toda a noite e pensar nas razões
pelas quais você não está ao meu lado.
Em vez disso, irei à cozinha procurar uma cadeira para sentar
e afastar meu pensamento para longe.
Fugir é tão simples
A distância apenas cega a lâmina,
o desenho de sua cicatriz
sempre pode ser reconstituído."

Esse é o tipo de noite que o frio congela suas lágrimas, antes mesmo que elas toquem o chão. Esses são os tipos de palavras que nunca deveriam ser escritas ou ditas, mas em nome das coisas que nunca deveriam ter fim eu apenas imploro por mais um suspiro. Quando todas aquelas ruas ficaram vázias o bastante, eu me recolhi o conforto de minha casa. E umas moedas dada ao rapazinho sentado no chão da avenida, dá aquela sensação de missão cumprida. E eu estou procurando até o último instante por uma chance, uma chance de provar que tudo era verdade. Que houveram erros, mas não mais do que amor. E não é esse maldito cheiro de chuva que me mata, mas é não te ter aqui pra olhar para as mesmas gotículas que caem. Existiram muitas chuvas, mas nunca mais gotas como aquela, existiram muitos raios, mas nunca mais como aqueles, existiram muitos sonhos, mas nunca mais como os nossos. Hoje encontrarei um par de olhos, mas apenas isso, olhos e somente olhos... E farei uma troca justa, seu sorriso pelas minhas lágrimas, seus sonhos pelos meus pesadelos, seu corpo pela minha alma. Eu não te esqueci... Eu não posso esquecer... Chove lá fora, mas a tempestade é aqui dentro de mim.