"Eu amo tudo o que foi,
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia. "
(Fernando Pessoa)
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia. "
(Fernando Pessoa)
Seis meses se passaram e eu nem havia me dado conta de todas as coisas que mudaram, as estrelas não são mais as mesmas, nem mesmo as pessoas são.
E eu ainda ouço as mesmas músicas, e abro feridas que não doem mais...
A auto mutilação se tornou um aspecto imutável, parte de mim vê a dor como uma saída.
Não, eles não podem saber que eu chorei, porque uma mulher forte não chora, não podem saber que cometi erros, porque seres humanos perfeitos não erram, eles não podem saber que senti frio, porque super-heróis não sentem.
A exigência da superação, faz tudo parecer obrigatório, não sentir, não sofrer, não chorar.
Hey... Quem sou eu?
Me confundo com o que querem que eu seja, me confundo com o que eu queria ser... Mas no fundo o que sou? Quem sou? Por que sou?
Me tornei o que eu nunca quis ser, e não creio que há saída de emergência agora.
Quando todas as promessas se tornam mentiras, não há mais nada além de lembranças tristes de momentos, que nem os nossos piores inimigos deviam viver.
A salvação dos principios, se confundem com o orgulho de não admitir... Eu estive perdida, e quando me encontrei, escolhi me perder mais uma vez.
Nada estava claro, talvez eu não pudesse ver, desprezei o óbvio pra viver o comodo, e quando tentei consertar, já estava desfeito.
De volta a ponto zero, em que cada um é um, e não há conjuntos, há unitarismo extremo.
Foi lá onde eu achei que tudo teria um belo final, mas era apenas o principio... E eu ainda sinto o cheiro dos lírios, e renego o romantismo imaterial.
Eu quebrei o inquebrável, e vivi o impossível...
Tarde demais pra dizer que eu queria ter sido boa, que eu queria ter tido forças, que eu queria os beijos, e até o mau humor.
Eu reafirmo o que foi belo, eu me apoio no que não mais existe, eu reinvento momentos e de novo os faço verdade.
Então eu te abraço e fecho os olhos e como despedindo-me de você... Com uma voz chorosa eu murmuro:
Eu te amo meu anjo, sempre amei...
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